Mudanças climáticas vão impactar o saneamento no Brasil até 2050, alerta estudo do Trata Brasil

O Instituto Trata Brasil, em parceria com a Way Carbon, lançou em novembro de 2024 o estudo inédito “As Mudanças Climáticas no Setor de Saneamento: Como tempestades, secas e ondas de calor impactam o consumo de água?”. A pesquisa aponta que, até 2050, os efeitos das mudanças climáticas — como secas prolongadas, ondas de calor e tempestades intensas — irão acentuar os riscos sobre o abastecimento de água e o esgotamento sanitário em diversas regiões do país.

O levantamento analisa três riscos principais:

  • Tempestades: Aumentam o acúmulo de sedimentos nos mananciais, prejudicam o tratamento de água, sobrecarregam sistemas de esgoto e podem causar alagamentos e rompimentos de tubulações.
  • Ondas de calor: Reduzem o volume de água nos corpos hídricos, aumentam o consumo de água e energia, deterioram infraestruturas e pressionam os sistemas de abastecimento e tratamento.
  • Secas meteorológicas: Comprometem a disponibilidade de água, forçam racionamentos e elevam o risco de doenças pela precarização do acesso à água e saneamento.

Principais destaques regionais do estudo

O estudo destaca que Espírito Santo, Rio de Janeiro, Goiás e regiões de Minas Gerais e Bahia são as áreas com maior risco de impacto no abastecimento de água devido às tempestades. Em relação às ondas de calor, os estados do Amazonas, Mato Grosso do Sul, Paraná e Ceará apresentam os maiores riscos de colapso em seus sistemas de água. Já nas secas meteorológicas, o sertão nordestino — abrangendo Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Bahia — é a área mais vulnerável, com severo risco de crise hídrica e contaminação das fontes de água.

Diante desse cenário, o estudo conclui que o Brasil precisa agir com urgência para fortalecer a infraestrutura de saneamento. Entre as ações recomendadas estão a modernização de sistemas de captação e tratamento, o investimento em tecnologias de reuso de água, a adoção de planejamento estratégico baseado em cenários climáticos futuros e a gestão integrada dos recursos hídricos, medidas essenciais para promover a resiliência das comunidades frente aos desafios climáticos que se intensificarão nas próximas décadas.

“Em 2024, sentimos os impactos das mudanças climáticas na pele. É imprescindível investir em adaptação e resiliência para proteger o acesso à água e saneamento de qualidade”, afirmou Luana Pretto, presidente-executiva do Instituto Trata Brasil. Acesse o site do Trata Brasil para ver o estudo completo:

As Mudanças Climáticas no Setor de Saneamento

https://tratabrasil.org.br/as-mudancas-climaticas-no-setor-de-saneamento-como-tempestades-secas-e-ondas-de-calor-impactam-o-consumo-de-agua/

Estudo completo: https://tratabrasil.org.br/wp-content/uploads/2024/11/Estudo-Completo.pdf