Perguntas e Respostas

Um espaço interativo para tirar dúvidas e esclarecer questões sobre saneamento de forma simples e direta. São explicações claras sobre temas ligados à água e ao esgoto, cuidados com a saúde, preservação ambiental e direitos do cidadão. Com conteúdos rápidos, confiáveis e acessíveis, a editoria ajuda a entender como o saneamento – ou a falta dele – impacta a vida de todos e oferece orientações práticas para lidar com diferentes situações.

Qual é a sua dúvida?

O que é saneamento básico?

Segundo a ONU, a Organização das Nações Unidas, é um direito humano essencial, ou seja, todos devem ter acesso. Na legislação brasileira, o saneamento básico é definido por lei como um conjunto de serviços, infraestruturas e instalações necessárias para promover a saúde pública, proteger o meio ambiente e assegurar a qualidade de vida da população (Lei Federal nº 11.445/2007). 

Ainda de acordo com a legislação, o saneamento é composto por quatro componentes principais:

  • Abastecimento de Água 

Disponibilização e manutenção de infraestruturas para abastecimento público de água potável, desde a captação até as ligações em casas e prédios, bem como seus instrumentos de medição.

  • Esgotamento Sanitário

Coleta, transporte, tratamento e disposição adequada de esgotos sanitários, desde ligações prediais até sua destinação para reuso ou lançamento ambientalmente correto.

  • Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos

Coleta, varrição, asseio, transporte, tratamento e destinação adequada de resíduos domiciliares e de limpeza urbana.

  • Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas

Drenagem de águas pluviais, transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas, além da limpeza e a fiscalização preventiva das redes. 

Apesar das definições, no Brasil, quando se fala em saneamento básico, é comum estar se referindo à água e ao esgoto tratados. As questões de limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos, drenagem e manejo de águas pluviais de forma separada.

Quais as diferenças entre água tratada, água potável e água mineral?

É comum o uso dos termos potável, tratada e mineral como sinônimos, mas isso nem sempre é correto, veja:

  • Água tratada 

Como explicado acima, é a água apropriada para o consumo humano, que depois de retirada de fontes naturais, passa por processos de tratamento físicos, químicos e biológicos para remover impurezas e microrganismos que possam causar danos à saúde do nosso organismo. 

  • Água potável 

Também está em condições ideais para beber, mesmo que, em alguns casos raros, já saia assim da fonte, sem precisar passar por processo de tratamento. 

  • Água mineral

É natural, rica em sais minerais e retirada de fontes específicas. Pode ter propriedades terapêuticas e tal medida é definida, no Brasil, pelo Código de Águas Minerais (Decreto-lei nº 7841 de 8 de agosto de 1945). De acordo com esse dispositivo legal, as águas minerais têm ação medicamentosa devido à sua composição. Importante: nem toda água mineral é própria para o consumo.

Quais as principais fontes de água?

A água usada no nosso dia a dia vem principalmente da natureza. As fontes mais comuns são:

  • Rios e canais superficiais

Rios, córregos e riachos, enfim, os cursos d’água são importantes fontes de água utilizadas para o abastecimento.

  • Lagos, lagoas e outros reservatórios naturais. 

Os corpos da água encontrados na natureza como lagos, lagoas e represas também são importantes fontes de água para o abastecimento. 

  • Aquíferos

As reservas subterrâneas de água, chamadas de aquíferos, constituem fontes de água potável. Em locais de clima seco e árido,os aquíferos são muito importantes para a obtenção de água para o consumo, muitas vezes sendo a única fonte viável.

Essas fontes precisam ser protegidas. Mesmo parecendo limpas, a água pode estar contaminada e deve sempre ser tratada antes do uso.

Como a água é tratada?

Para que a água possa ser consumida de maneira segura, ela deve passar por uma série de etapas de tratamento antes da sua distribuição pela rede de abastecimento. Entre os principais estão: 

  • Captação e adução

Retirada da fonte e transporte até as estações de tratamento de água, conhecidas também pela sigla ETA, onde acontecerá todo o processo de tratamento.

  • Coagulação

Adição de produtos que aglutinam as impurezas.

  • Floculação

A água é lentamente agitada para que as impurezas maiores e mais pesadas formem flocos e possam ser removidas na etapa seguinte.

  • Decantação

Chamada também de sedimentação, separa os flocos de impurezas, que se depositam no fundo dos tanques como lodo e são descartados.

  • Filtração

A água que foi separada do lodo passa pelo filtro feito de camadas de cascalho, areia e carvão, que farão a filtragem das impurezas restantes na água.

  • Desinfecção

Uso de cloro ou de outros elementos químicos e físicos que serão responsáveis por eliminar microorganismos. Em alguns casos, é feita a correção do pH da água entre a filtração e a desinfecção.

  • Fluoretação

Adição de flúor para proteger contra as cáries. Após essa etapa, a água vai para reservatórios até ser distribuída aos moradores.

Importância da água tratada para a saúde

A maior parte do nosso corpo é formada por água, e, por isso, tomar água regularmente é fundamental para o funcionamento adequado do organismo, visto que ela é importante para diversos processos biológicos: regula a temperatura corporal, transporta nutrientes, ajuda na digestão e na proteção contra doenças. Garante ainda melhor qualidade de vida. 

Mas para isso ela precisa estar limpa, pois contaminada é uma das maiores causas de doenças como diarreia, hepatite A, cólera e leptospirose. O uso de água tratada no preparo de alimentos e na higiene evita essas e outras doenças, protegendo especialmente crianças e idosos. Por tudo isso, o consumo de água tratada é sinônimo de saúde e segurança

Por que água tratada evita doenças?

A água tratada é fundamental para proteger a saúde da população porque ela passa por um processo que remove impurezas e elimina microrganismos patogênicos — como bactérias, vírus, protozoários e parasitas — que podem causar doenças graves. 

Quando a água não é tratada, ela pode conter fezes, urina, lixo, agrotóxicos e outros poluentes invisíveis a olho nu. Ao ser consumida, ou até mesmo usada para cozinhar ou escovar os dentes, essa água contaminada pode provocar infecções e surtos de doenças de veiculação hídrica, como: diarreias agudas,hepatite A, cólera, febre tifóide, giardíase, rotavírus, entre outras.

Além disso, crianças, idosos e pessoas com baixa imunidade são ainda mais vulneráveis. Portanto, garantir água tratada nas torneiras é um passo essencial para quebrar o ciclo da contaminação, promover saúde pública e prevenir milhares de internações todos os anos.

Quais doenças são decorrentes da falta de saneamento?

A ausência de saneamento básico — ou seja, falta de água tratada, coleta de esgoto, manejo correto do lixo e drenagem de águas pluviais — cria um ambiente perfeito para a proliferação de doenças. As principais são:

  • Diarreia: causada por vírus e bactérias presentes na água contaminada, é uma das maiores causas de morte em crianças pequenas.
  • Hepatite A: transmitida por água ou alimentos contaminados com fezes.
  • Cólera: infecção intestinal grave, também transmitida por água ou alimentos contaminados.
  • Leptospirose: transmitida pelo contato com urina de ratos em águas de enchente.
  • Esquistossomose: infecção causada por parasitas presentes em água doce contaminada.
  • Giardíase: causada por protozoários presentes em água ou alimentos mal higienizados.

Além dessas, há uma série de outras doenças que podem surgir em contextos de insalubridade, principalmente em áreas com esgoto a céu aberto e acúmulo de lixo. A falta de saneamento não afeta só a saúde física, mas também o bem-estar, a autoestima e a dignidade das pessoas.

Como o saneamento básico impacta na saúde da população?

O saneamento básico é um dos pilares da saúde pública. Quando há acesso a água tratada, coleta e tratamento de esgoto, gestão adequada de resíduos e drenagem urbana, toda a comunidade se beneficia.

Com o saneamento funcionando corretamente:

  • A incidência de doenças cai drasticamente.
  • Os hospitais atendem menos casos de internações por infecções e parasitoses.
  • As crianças faltam menos na escola.
  • As famílias economizam com medicamentos e consultas.
  • A expectativa de vida aumenta.

Segundo estudos do Instituto Trata Brasil, a falta de saneamento básico é responsável por mais de 191 mil internações por ano no país, principalmente por doenças que poderiam ser evitadas com medidas simples de higiene e infraestrutura.

Ou seja, investir em saneamento é investir diretamente em saúde, prevenção e qualidade de vida — especialmente para quem mais precisa.

O que acontece depois que a água é usada?

Depois que usamos a água no banho, na descarga, lavando louça ou roupas, ela se transforma em esgoto e carrega sujeira, restos de comida, sabão, produtos de limpeza e até microrganismos que podem contaminar rios, lagos e o solo. Por isso, ele precisa ser tratado antes de voltar ao meio ambiente, para não causar poluição e nem transmitir doenças.

Esse esgoto é levado por tubulações até uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), onde passa por várias etapas para retirar os poluentes e separar a parte sólida da líquida. A água tratada pode então ser devolvida à natureza em condições seguras. Em algumas regiões, parte dessa água é até reaproveitada em processos industriais ou limpeza urbana — sem uso para consumo humano, claro.

Tratar o esgoto é essencial para garantir rios limpos, evitar enchentes, preservar a vida aquática e proteger a saúde das pessoas.

O esgoto vai pra onde depois que sai da minha casa?

O caminho do esgoto é invisível, mas essencial. Assim que ele sai da pia, do vaso sanitário ou do ralo do banheiro, ele entra numa rede de canos subterrâneos — a rede de esgoto. Essa rede conduz o esgoto até as Estações de Tratamento, onde ele passa por processos físicos, químicos e biológicos.

Lá, tudo que pode contaminar o meio ambiente é removido: gordura, fezes, microrganismos, areia, lixo e até resíduos de produtos de limpeza. O que sobra é uma água que, embora não seja potável, já está em condições de ser devolvida a um rio ou outro corpo hídrico sem agredir o meio ambiente.

Esse tratamento é fundamental para garantir que o esgoto não contamine o solo, nem a água que usamos. Sem isso, o esgoto pode se infiltrar no solo e atingir os lençóis freáticos (de onde muitas cidades retiram água para tratamento), prejudicando a qualidade da água de todo mundo.

O tratamento adequado de esgoto impede a contaminação de corpos d’água e do solo, preservando o meio ambiente e garantindo a disponibilidade de água potável para as futuras gerações​.

Quem é responsável pelo saneamento básico no Brasil?

A responsabilidade é do poder público, ou seja, dos governos federal, estadual e principalmente municipal. Cada município decide como será feito o serviço: pode operá-lo diretamente ou contratar uma empresa especializada, pública ou privada, para cuidar disso.

Cabe ao município planejar, fiscalizar e garantir que a população tenha acesso à água tratada, coleta e tratamento de esgoto. Já o governo federal atua por meio de leis e políticas públicas, como o Marco Legal do Saneamento, que estabelece metas para a universalização do serviço até 2033.

Você, como cidadão, também tem um papel importante: acompanhar, cobrar e fiscalizar para que o serviço funcione de forma eficiente e chegue a todos.

Qual a situação do saneamento básico no Brasil?

Infelizmente, ainda é um grande desafio. Cerca de 32 milhões de brasileiros vivem sem acesso à água tratada, e mais de 90 milhões sem coleta de esgoto. Apenas pouco mais da metade do esgoto gerado no país é tratado – 52,2%. Além disso, cerca de 37,8% da água distribuída se perde pelo caminho, sem nem chegar às torneiras. Segundo um estudo do Instituto Trata Brasil, se o país garantir o acesso pleno à água potável e ao esgotamento sanitário para seus habitantes entre 2021 e 2040, espera-se que os benefícios da universalização do saneamento alcancem R$ 1,455 trilhão em todo o país.A melhoria do saneamento pode impulsionar investimentos, movimentar o setor imobiliário, gerar empregos e aumentar a renda da população. No âmbito social, promove a qualidade de vida ao reduzir a incidência de doenças de veiculação hídrica, melhorar o desempenho escolar de crianças e adolescentes e aumentar a produtividade dos trabalhadores. Assim, o saneamento básico tem o potencial de diminuir a pobreza e contribuir para um desenvolvimento socioeconômico mais igualitário.

Passaram a rede de esgoto na frente da minha casa. E agora?

Se a rede já chegou na sua rua, é hora de se conectar. Isso significa que agora é possível destinar o esgoto da sua casa para uma estação de tratamento, onde ele será processado de forma adequada.

A ligação à rede pública é uma obrigação prevista em lei e fundamental para a saúde da sua família e da vizinhança. Ao continuar usando fossas, valas ou jogando o esgoto direto no solo, o risco de doenças e contaminação continua alto.

Em caso de dúvidas sobre como fazer essa conexão ou se houver dificuldades financeiras, é possível procurar apoio junto ao serviço local de saneamento ou ao próprio município, que muitas vezes oferece facilidades ou programas de apoio

O que fazer se não há saneamento básico na minha região?

A primeira atitude é se informar e se mobilizar. Converse com os vizinhos, crie grupos ou use associações de bairro para reunir informações e cobrar melhorias junto à prefeitura e aos órgãos responsáveis.

O acesso à água potável e ao tratamento de esgoto é um direito garantido por lei. Organizar abaixo-assinados, acionar o Ministério Público ou participar de audiências públicas são caminhos legítimos para exigir esse serviço.

O portal Saneamento Salva está aqui para fortalecer sua voz: oferecemos conteúdos, ferramentas e histórias inspiradoras de comunidades que conseguiram transformar sua realidade por meio da união e da luta por esse direito essencial.

Qual a relação entre saneamento e desenvolvimento social?

Saneamento não é apenas um assunto técnico: é uma das principais ferramentas de transformação social. Onde há água limpa e tratamento de esgoto, há menos doenças, mais crianças na escola, famílias mais produtivas e comunidades com mais qualidade de vida.

Estudos mostram que o acesso ao saneamento reduz gastos com saúde, diminui internações hospitalares e aumenta a valorização dos imóveis. Com menos contaminação, mais pessoas trabalham, estudam e vivem com dignidade.

Investir em saneamento é investir em educação, em renda, em igualdade. É dar condições para que todos possam prosperar.

Como o saneamento contribui para o meio ambiente?

O saneamento protege os rios, lagos, o solo e até o ar. Quando o esgoto é tratado, ele deixa de ser despejado diretamente na natureza e evita a contaminação de águas que abastecem cidades e comunidades.

Além disso, o saneamento bem feito contribui para a preservação da fauna e flora, evita a proliferação de vetores de doenças (como mosquitos e ratos), reduz a emissão de gases poluentes e ajuda no enfrentamento das mudanças climáticas.

Em várias cidades do país, projetos de saneamento estão sendo integrados com ações de reflorestamento, economia circular e uso de energia limpa — mostrando que é possível aliar desenvolvimento com sustentabilidade.

O que é água tratada?

Água tratada é a água que foi retirada da natureza — como rios, represas ou poços — e passou por um processo completo de purificação, envolvendo etapas físicas, químicas e biológicas, com o objetivo de remover impurezas, resíduos e microrganismos que podem causar doenças. Esse tratamento é necessário porque, mesmo parecendo limpa, a água bruta (como é chamada antes de ser tratada) pode conter vírus, bactérias, parasitas, metais pesados e outras substâncias prejudiciais à saúde. 

No Brasil, a qualidade da água potável é regulamentada pelo Ministério da Saúde, por meio da Portaria GM/MS nº 888, de 4 de maio de 2021, que estabelece os padrões de potabilidade. Isso inclui limites seguros para características físicas (como cor e turbidez), químicas (como presença de flúor, cloro, metais pesados), microbiológicas (como coliformes fecais) e até radioativas. O objetivo é garantir que a água seja segura para o consumo humano em qualquer quantidade e ao longo da vida. Assim, a água tratada é sinônimo de água potável, desde que esteja dentro desses padrões estabelecidos pela legislação. 

No Brasil, porém, a realidade ainda está longe do ideal: mais de 32 milhões de pessoas não têm acesso à água tratada. Isso obriga muitas famílias a recorrerem a poços, cisternas, fontes improvisadas ou até água de chuva — muitas vezes contaminadas — aumentando o risco de doenças como cólera, febre tifóide, hepatite A, giardíase e diarreias agudas. Garantir o acesso universal à água tratada é uma questão de saúde pública, justiça social e dignidade humana.

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